sexta-feira, 23 de outubro de 2009

JOSÉ SARAMAGO


Comprei esta semana e estou a ler o novo livro de José Saramago, "Caim".
Como atéia que sou, adoro quando Saramago aborda estes temas polêmicos.
Não faltam líderes religiosos querendo a cabeça de saramago.
Os cães ladram, mas Saramago passa.

"Em entrevista por e-mail, Saramago explicou que o tema de Caim era uma antiga preocupação, e que não há vínculo direto entre este e a controversa história de Cristo que catapultou-o à fama internacional e consolidou as convicções antirreligiosas do escritor.

Saramago reforçou palavras suas de novembro 2008. Na época, afirmou que a Bíblia não era um livro que se poderia deixar nas mãos de um inocente, pois só conteria maus conselhos, assassinatos, incestos. Agora, segue na pregação: “À Bíblia eu chamaria antes um manual de maus costumes. Não conheço nenhum outro livro em que se mate tanto, em que a crueldade seja norma de comportamento e ato quase natural.”

Deus é xingado em Caim. Esse senhor “rancoroso” admite a culpa pelo crime contra Abel, não hesita em estimular guerras, matar crianças inocentes, punir os bons e fazer com que as pessoas acreditem em situações improváveis. Como é possível um homem embriagado engravidar uma mulher? Como todos os animais do planeta poderiam ter sido representados na Arca de Noé? São algumas das perguntas que Caim se faz ao observar a trama bíblica.

Saramago diz que, por meio dele, tenta expor a “infinita dimensão da estupidez humana”, capaz de acreditar em fábulas como essas. “Curiosamente, não se repara que Deus não fez nada durante a eternidade que precedeu a (su posta) criação do universo. Depois, não se sabe por que nem para que, resolveu fazer um universo. E desde então está outra vez sem fazer nada”, conclui.

Às vésperas de completar 87 anos, Saramago anda numa fase muito produtiva. Depois de Viagem, lançou, em julho, O Caderno, com textos escritos para o blog (blog.josesarama go.org), e já pensa no próximo.

“Simplesmente, ainda te nho algumas coisas para di zer. Talvez com mais urgência porque o fim da minha vida se aproxima. Estou a escrever um novo livro que nada tem que ver com os imediatamente anteriores."


(DA GAZETA DO POVO)

FANTÁSTICO!

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