PLANOS...
É ruim sentir falta, não é mesmo? Sentir falta de alguém que a gente não voltará a ter. Falta de alguém que a gente nem teve ainda.
Os planos é que acabam com tudo, porque estão incluídos com todas as coisas que perdemos quando um amor se vai. Assim a dor se torna maior, a perda se torna maior, as noites teimam em ser mais longas.
Devíamos viver sem perspectivas para o futuro, sem imaginar demais, sem planejar demais e assim, quem sabe, viveríamos com mais intensidade os momentos que nos são permitidos. E as lembranças, no fim, ficariam mais vibrantes, mais detalhadas. Sinto falta também justamente disso: de não conseguir arquivar as memórias com todos os detalhes.
Memória devia guardar não somente “male mal” a imagem, mas também o odor, o gosto, o tato, o vento, o peso. Lembrança devia ser coisa mais viva, mais real.
E se fosse, eu juro, que eu me tornaria uma cega por opção. Eu ia deitar em uma rede, de frente para o mar inteiro, fechar meus olhos e viver dali pra frente só das coisas que vivi, de todas as lembranças que todo dia lembro para nem pensar em esquecer.
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