terça-feira, 11 de agosto de 2009

BOM MESMO É SER MULHERZINHA, SEXO FRÁGIL...

Sempre soube o que queria em minha vida:- casar, ter filhos, viver uma vida de dona de casa, pacata, sem sobressaltos. Brincar de casinha, com bonecas de verdade. Há principio dizia que queria 10 filhos, mas no segundo, vi que não era bem assim...as bonecas de verdade davam um pouquinho de trabalho...e parei no segundo. Estava de bom tamanho. Pensei comigo: só tenho duas mãos, como vou segurar o terceiro? Melhor só dois, mesmo...

E foi assim que , depois de bombar no vestibular para direito, na faculdade do Largo de São Francisco, eu realizei meu sonho. Casei novinha, com 21. Criei juizo (ou perdi.Deixo ao seu julgamento...) e casei...

Mas não vivi tempos de calmaria. Os anos setenta foram anos de muitas mudanças, as mulheres estavam "botando a cabeça pra fora do buraco, secando as asas para alçarem vôo." Ninguem se predispunha a ficar em casa cuidando da cria. Tinha um mundo a desvendar .E elas sairam de seus postos de comando. Sim, porque todo mundo sabe que quem manda em casa é a mulher.

E isso em todo mundo, mesmo quando os homens pensam que são eles quem mandam .Não são. São enganados. A dona, a patroa, é a mulher.E nem me diga que estou errada, porque sei que não estou.

Mas, voltando aos anos 70...

Era urgente ter um trabalho, se realizar profissionalmente. Casa, filhos, não realizava ninguem.

Deu-se a revolução feminista, que mudou tudo. Era a guerra dos sexos.

Homem X mulher. Ele, incorfomado com a situação que se instalava. Ela, descobrindo os sabores de uma vida nova, deslumbrada com as novas possibilidades que poderia ter de ser a "nova mulher"...E ai de quem não se encaixasse no modêlo...era imediatamente execrada, tachada de alienada, acomodada,e outros "adas" que tais.

Eu, do meu posto, observava. Não queria sair pra vida.Para o mundo.Parecia-me tão conflitante... Achava tão bom poder criar meus filhos ao meu lado...sem precisar sair pra trabalhar...meu marido que fizesse isto, era a função dele. Um é o provedor, o outro o cuidador. Era minha forma de ver a vida quando se predispõe a ter uma família.

Achava que deveríamos ser como os pássaros, um cuida do ninho enquanto o outro vai em busca do alimento...Não dizem que a natureza é sábia? Eu também acho.Sempre achei.

E não me importava o que acontecesse, eu não iria mudar minha forma de pensar.

-"Mulher tem que trabalhar"! - como se dentro de uma casa não tivesse nada pra fazer...quem cuida de uma casa me diga..

-"Mulher que só cuida de casa é "cri-cri" (só fala em criada e criança).Outra inverdade, porque a mulher que tem tempo (e em casa sempre se arranja...quando se quer) pode muito mais se aprimorar, ler, estudar, se manter atualizada. Tem a televisão, o rádio, o jornal (que pode ler sem pressa...) e agora computador ( tenho há 10 anos, só...) que te põe em contacto direto com o mundo. Um verdadeiro arsenal se quiser ficar informada. E a mulher que cuida da casa tem tempo para tal. Se for organizada, até sobra algum...para ficar "fiscalizando a natureza" ou seja, ficar sem fazer nada, apenas contemplando...Uma delicia.

Sempre achei o tempo um luxo. Luxo não é relógio, sapato, roupa de grife. TEMPO é luxo.

Ouvia os discursos inflamados de minhas amigas feministas mas nunca me influenciei com eles. Porque sabia o que queria para mim, e definitivamente, trabalhar fora, deixar meus filhos com outra pessoa, não era o que me faria feliz. Meu marido, claro, concordava plenamente.

E cumpriu perfeitamente seu papel de provedor, como deveria ser. Nossos dois filhos se formaram, são pessoas íntegras, conscientes do papel que representam na sociedade. Atingimos a meta.

Não quero dizer aqui que a mulher que deixa os filhos para trabalhar esteja errada, longe de mim este absurdo. Hoje os tempos são outros, as coisas mudaram bastante. Exige-se muito mais dos pais, hoje em dia. A mulher muitas vezes precisa, mesmo trabalhar, complementar a renda do casal. Mas acredito que se tivessem opção, escolheriam curtir mais os filhos e deixariam o trabalho de ganhar dinheiro para os homens. Cada qual com seu papel.

Esta foi minha fórmula. Sou realizada como mãe, mulher, cidadã do mundo... Não criei complexos por falta de um diploma ou um trabalho remunerado. Sou feliz com as coisas que consegui, e nunca me arrependi das escolhas que fiz. No meu caso deu certo.

A crônica "Desabafo de uma mulher moderna” brinca com a questão, mas é isso mesmo.

Porque a melhor coisa é ser sexo frágil. Sem essa de super mulher, mulher maravilha.

Ninguem ganha nada com isso. Coisa boa é ser mulherzinha, mesmo. E brincar de casinha.

Papai, mamãe, filhinhos, e margarina na mesa do café da manhã, esperando o pão assar para comer quentinho...Ai, como eram bons os tempos antigos...

Mas você pode me contestar. Tem seu direito, depois de ter-me lido até aqui...

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